Um tesouro histórico e cultural

Não perder a memória para não perder o referencial.

O Sistema Penitenciário e a Cultura Nacional irão ganhar um valioso presente. O Museu Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro está prestes a receber a complementação de um rico acervo da memória do Sistema Penitenciário Federal. O primeiro lote já encontra-se em posse do Museu Penitenciário, desde outubro de 2020, contendo verdadeiras relíquias em coletâneas originais de documentos nacionais e internacionais, registros históricos das Cadeias de Ilha Grande, da construção do antigo Complexo da Frei Caneca, relatórios, correspondências, livros, recortes de jornais, exemplares da icônica revista “A Estrela” (órgão da Penitenciária Central do Distrito Federal), gravuras, e álbuns fotográficos que revelam o contexto político e social da época em que o Rio de Janeiro foi a capital federal.

Início da construção do novo presídio, iniciada em 1937 e concluída em 1941, com o nome de Colônia Agrícola do Distrito Federal (CADF).  Alicerce onde, em 1942, foi instalado todo Complexo Prisional de Dois Rios, Ilha Grande.

Foto do início da construção do Sanatório Penal.

 

O acervo é uma doação espontânea da família Cavalheiro que foi a guardiã da memória de grandes figuras nacionais como Victório Caneppa, e de Manoel Mostardeiro, desde que chegou à Dois Rios na Ilha Grande, com Nestor Veríssimo, após a desativação do Presídio de Fernando de Noronha.

Advogado por formação, Manoel Mostardeiro

Victório Caneppa, diretor da Penitenciária Central do Distrito Federal, registrou importantes mudanças no funcionamento da prisão e a relação entre o cárcere e a sociedade. Fundador da Revista Brasileira de Criminologia, presidente perpétuo da Associação Brasileira de Prisões, e membro da Comissão incumbida pelo presidente Getúlio Vargas para elaborar o primeiro Código Penitenciário. 

 

 

No currículo de serviços prestados ao sistema penitenciário nacional, Manoel Mostardeiro foi Secretário da Penitenciária Central do Distrito Federal, em cujo sítio histórico foi construída a Penitenciária Professor Lemos Brito, no extinto Complexo da Frei Caneca. Braço direito de Victório Caneppa, Mostardeiro prestou enorme contribuição à memória histórica ao reunir e preservar o rico acervo entregue por sua sobrinha Heloisa Cavalheiro ao Museu Penitenciário.

 

Na foto, Dona Leda da Silva Cavalheiro, e Heloisa Cavalheiro, guardiãs do acervo histórico do Sistema Penitenciário Federal, entregue em doação ao Museu Penitenciário.

Através dos companheiros de trabalho policiais penais Luiz Antônio Pimenta e Mário Eduardo de Andrade, guardas de presídio na Colônia de Dois Rios, Ilha Grande, o Sindicato dos Policiais Penais RJ tomou conhecimento do material histórico e recebeu da sobrinha de Manoel Mostardeiro, Heloisa Cavalheiro, o convite para intermediar a finalização de entrega do acervo ao Museu Penitenciário, para consignar que esse tesouro histórico se torne um bem público, eternizado em local próprio, como fonte para historiadores, estudantes, e pessoas interessadas em manter viva essa memória do sistema penitenciário, fundamental para o conhecimento e compreensão de nossa própria sociedade.   

HISTÓRIA VIVA

Fundado em 1957, o SindSistema Penal RJ representa os interesses da categoria, não somente no presente. E, sim, desde os tempos de guardas de presídio, agentes penitenciários, inspetores de segurança e administração penitenciária, atuais policiais penais. Importa para o SindSistema Penal manter viva a memória dos personagens que compõem essa história. Essa é uma construção constante que merece todo o respeito e cautela. A história é um bem precioso que daremos por legado aos que vierem depois de nós, e a todos quantos têm a vida impactada pelas ações implementadas no Sistema Penitenciário.

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Elisete Henriques

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