Crise na segurança do estado do Amazonas: UMA NOVELA SEM FIM

Após a confirmação de que o governador do Amazonas, Wilson Lima, solicitou reforço, urgente, ao Ministério da Justiça, para envio da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) ao estado, teria sido emitido um “salve” da facção criminosa que aterrorizou a população no final da noite de sábado (05/06), início da manhã de domingo (06/06), e cessados os ataques.

Não bastassem as muitas turbulências no contexto social e político, como as inundações causadas pela cheia dos rios Negro, Amazonas e Solimões, ao mesmo tempo em que o governador é alvo da CPI da Pandemia, tanto a capital de Manaus, como o interior e áreas metropolitanas, sofreram uma onda de ataques orquestrados que levaram pânico e caos aos cidadãos. Dessa vez, o estopim para as cenas que levaram terror às ruas de Manaus, por ordem do crime organizado, teria sido uma suposta retaliação à morte do traficante de drogas Erick Batista Costa, conhecido como “Dadinho”, ocorrida em confronto com policiais militares da Rocan, durante operação policial no sábado (05/06).

Conforme informações obtidas, as ordens para os vandalismos teriam partido de dentro do presídio Centro de Detenção Provisória de Manaus II (CDPM II), onde estão presos da facção criminosa Comando Vermelho, inclusive um irmão do traficante morto. Atualmente, a unidade está sob co-gestão da Embrasil, empresa do segmento de segurança privada e serviços,

Ônibus, ambulância, viaturas da Polícia Civil e da Polícia Militar, além de escolas e prédios públicos, foram incendiados. Agência Bancária, Delegacia, e inclusive uma unidade do CRAS em Manacapuru, também foram depredadas. A capital do estado do Amazonas amanheceu sem transporte público e com as escolas fechadas.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, dois policiais militares pediam ajuda e denunciavam que naquele momento apenas eles, e mais um guarda municipal, faziam o policiamento de Careiro Castanho, município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Manaus.

Nesta segunda-feira (7), o ministro da Justiça, Anderson Torres, informou em uma rede social que autorizou o envio de tropas da Força Nacional de Segurança a Manaus (AM). Segundo afirmou o próprio secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel do Quadro de Oficiais Policiais Militares da Reserva Remunerada, Louismar Bonates, o efetivo policial é pequeno para o volume de ações. “Vai ter uma hora que a tropa não vai ter como tocar capital e interior”, afirmou Bonates ao defender o envio da Força Nacional para o Estado.

Com efetivo de policiais penais de apenas 58 servidores concursados, essa é a terceira vez que o estado do Amazonas sofre com ações criminosas envolvendo o sistema penitenciário. Há muito tempo, a Federação Nacional dos Servidores Penitenciários e Policiais Penais – FENASPPEN vem alertando sobre a ausência do Estado nos presídios e os perigos da terceirização dessa atividade fim. Definitivamente contrário à privatização da atividade policial penal, típica de Estado, o presidente da Federação, Fernando Anunciação, destaca que o Governo Federal precisa se conscientizar da necessidade da regulamentação da Polícia Penal.

“Essa é a terceira vez que o Governo Federal manda a Força Nacional, e vultosos recursos financeiros enviados para Manaus investir numa gestão privatizada. Novamente, a empresa não está cumprindo o contrato de manter a segurança dentro dos presídios”, adverte Anunciação. Grave, a situação tem perigoso reflexo no ambiente externo aos muros das unidades prisionais, em prejuízo de toda a população.

Fonte: http://fenaspen.org.br/crise-na-seguranca-do-estado-do-amazonas-uma-novela-sem-fim-2/

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Elisete Henriques

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