Na assembleia foi unânime o entendimento de que a hora é de união, equilíbrio e ação estratégica.
O encaminhamento feito pela assembleia dos policiais penais reunidos na sede campestre do Sindicato, em Campo Grande, nessa terça-feira (19), foi de consenso até mesmo entre os opositores que, em certa medida, atrasaram os processos da aprovação da PEC da Polícia Penal na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em dezembro de 2019, e, da elaboração da minuta de regulamentação da POLÍCIA PENAL, em janeiro de 2020, ao distorcer a premissa de quem é a categoria abarcada pela Emenda Constitucional 104/2019, cujo documento encontra-se em ajustes para remessa ao Poder Executivo do Estado.
No discurso de todos que se pronunciaram na assembleia, foi unânime o entendimento de que a hora é de união, equilíbrio e ação estratégica. Exatamente como a atual diretoria vem alertando e conduzindo a categoria nos últimos 5 anos, ao ponderar que o tempo do “tiro, porrada e bomba” já passou, e que a inteligência emocional aliada à articulação política são fundamentais, e indispensáveis, para que a categoria alcance as vitórias que almeja.
Dentre os colegas inscritos, Fernandes desabafou que é preciso varrer os PMs da SEAP; Pedro Mota alertou que o desejo de livrar a categoria de alienígenas é antigo, mas que esse objetivo só será alcançado na regulamentação, que deve ser o objetivo maior; o aposentado Valdir Pina exaltou o brilho dos companheiros aposentados, que não fogem da luta e chamou à atenção aqueles que, por interesses pessoais, preservam seus cargos em detrimento da categoria; Dórea destacou que a nomeação dos PMs na SEAP atende um preceito legal constitucional e, apesar de imoral não é ilegal. Ele também comentou que a categoria não busca se informar; Xavier, destacou que a categoria acordou e, numa comparação lúdica, ressaltou que a categoria de policiais penais é como a água no microondas, que pode causar grandes acidentes quando explode. Pontuou, também, que esse movimento de libertação está apenas começando e que cada policial penal deve ser inspiração a motivar outros colegas para essa construção; Ozeas registrou que a luta da categoria deixou de ser de bomba e de gás, e é mais inteligente. “Olha quanto tempo a gente demorou para ter algo tangível. E a consequência disso será a nossa regulamentação”, concluiu; Saar reclamou sobre um fenômeno ao qual definiu como um “esfriamento” da categoria pela falta de assembleias, além de interrogar se o colega que está no fundo da galeria não pode ser ouvido. E, nesse ponto, é preciso destacar que a atual diretoria do Sindicato foi quem restituiu a voz da categoria, que antes estava num período de mais de 10 anos sem eleições sindicais e sem voz. Importante que se diga que, diante das transformações provocadas pelas novas tecnologias e mídias de comunicação, o alcance das redes sociais não dá espaço para a imposição de silêncio a quem quer que seja; o companheiro Castro chamou a todos para usarem o bom senso e a conciliação. Avaliou que chegamos ao momento crucial, com 80% dos nossos sonhos realizados. Que devemos usar a inteligência e a capacidade de nos reinventar. “Esperamos 30 anos e hoje temos a nosso favor aquilo que sempre sonhamos: estar no artigo 144 da Constituição Federal, estar elencados na Constituição Estadual. Vamos agora, com muita harmonia, com muita organização, solicitar que o governador faça o envio da regulamentação. É nosso direito. E com essa tranquilidade nós vamos superar, sem medir força, sem quebrar a mesa, sem parar com o serviço, e dentro da lei superar mais esse obstáculo”, disse.
ENCAMINHAMENTO
Ao término da Assembleia, o presidente do SindSistema Penal RJ, Gutembergue de Oliveira, destacou que a diretoria sindical tem um norte e estratégia e não se desviará dele nunca. E, baseado nas manifestações de todos os presentes, encaminhou como foco a regulamentação. “Façamos um armistício com o Governo, mostremos que somos inteligentes e vamos nos inspirar sob os auspícios de nossas sagacidades, da nossa forja na temperatura e pressão do cárcere, e vamos jogar o jogo da política, porque precisamos conquistar esses 20%, e com eles poderemos avançar muito mais no FORA PM.
O encaminhamento foi aceito por todos os presentes na assembleia, com maturidade e paz.
AGRADECIMENTOS
Embora não estivessem presentes à Assembleia, os companheiros Antônio Barreto e Evandro, prestaram valiosa contribuição na conscientização da categoria, no sentido da maturidade e dos riscos que incorrem ao ignorarem a união e a legitimidade da representação sindical.
Barreto destacou sua certeza de que a decisão tomada na assembleia seria de muito critério, tranquilidade e lucidez nas articulações políticas. “Fomos alçados a condição de policiais penais para mantermos a ordem pública. Se alguém pensou, ou imaginou que nós iriamos sair da reunião no Palácio Guanabara pensando em virar o caldo, fechar o diálogo com o Governo, está muito enganado. Essa categoria chegou onde chegou porque tem, espalhada pelo Brasil, homens e mulheres que têm a cabeça no lugar, que têm o comprometimento com o que é certo, com a Segurança Pública. Que entendem o que é viver em sociedade, e de maneira nenhuma vai se perder a tranquilidade, e vamos encontrar mecanismos de avançar. Cada pedra que aparece em nosso caminho está ali justamente para que a gente retire ela do lugar e continue avançando. Nós, enquanto profissionais de Segurança Pública, temos plena consciência de qual é o nosso dever, a nossa obrigação, o nosso papel e a nossa responsabilidade com o Estado brasileiro, com a sociedade brasileira. Espero que essa categoria (e que não demore muito), uma hora ela comece a ouvir a voz daqueles que pregam a união, que brigam pela união, que são altruístas, que estão fazendo as coisas com o coração aberto, e consigam entender que podemos alcançar os nossos objetivos se nós nos unirmos. Sem união não vamos chegar a lugar nenhum”.
O policial penal Evandro destacou que a categoria, unida ao Sindicato, está lutando por mudanças institucionais, não por mera mudança de nome. “O FORA PM foi em função dos 17 milhões. Sabemos que enquanto a PM estiver na SEAP a luta vai ser árdua. Só teremos o direito legal a tirar a PM da SEAP quando a lei complementar que regulamenta a Polícia Penal for apresentada na Alerj. A manifestação política embasada juridicamente, é indestrutível. Não podemos perder o foco, e o foco é a regulamentação da nossa categoria. Vamos aguardar, vamos lutar pelo principal, o resto a gente ganha depois, é direito adquirido. Estamos num jogo de xadrez há mais de 30 anos, vamos agir com inteligência, ponderou Evandro.
Fotos: Fabio Wetterling
Av. Treze de Maio, n°. 13 – sala 709 Cinelândia, Rio de Janeiro
Fique por dentro das novidades e notícias