Neste 21 de julho de 2023, comemoramos um ano da regulamentação da Polícia Penal do Estado do Rio de Janeiro, com a aprovação da Lei Complementar 206/2022, sancionada pelo governador Cláudio Castro. Assim, os antigos Inspetores de Segurança e Administração Penitenciária, outrora agentes penitenciários, alçaram o status de Polícia Penal. Mas, o que muita gente desconsidera é que a história da Polícia Penal teve início muito tempo antes, em 1989, no artigo 183, inciso II, da Constituição Estadual do Rio de Janeiro. Portanto, anteriores 33 anos de luta.
Com o objetivo de criar as polícias penitenciárias federal, estaduais e distrital, um texto enxuto de 2 páginas, de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), a Proposta de Emenda Constitucional PEC 14/2016, iniciou sua tramitação em 05 de abril daquele ano, até ser aprovada (em 2º turno) no dia 24/10/2017, resultando na PEC 372/2017. Por conseguinte, a proposta foi aprovada no plenário da Câmara dos Deputados (em 2º turno), em 06/11/2019, gerando a Emenda Constitucional 104/2019, promulgada pelo Congresso Nacional em 04/12/2019.
Mas, a primeira Proposta de Emenda Constitucional para criação da Polícia Penal foi apresentada em 29 de março de 2000. De autoria do deputado Coronel Garcia (PSDB-RJ), sob o nº de PEC 219/2000, tinha o escopo de criar a Polícia Penitenciária. Garcia faleceu em 15/11/2000, aos 44 anos, vítima de derrame cerebral. Em 31/01/2003, a PEC 219/2000 foi arquivada.
Em 11 de agosto de 2004, o Deputado Neuton Lima (PTB-SP), apresentou a PEC 308/04, que tramitou durante 13 anos até ser apensada à PEC 372/2017 e arquivada em 20/11/2019. Nas idas e vindas à Brasília, na luta pela Polícia Penal, em 12/10/2017 morreram os companheiros Daniel Grandolfo, Edson Chagas (Cebolinha) e José Cícero (Lobó), no retorno de uma das jornadas pela aprovação da PEC 14/2016.
Em 2019, um episódio à parte foi a luta contra a privatização e verticalização do Sistema Penitenciário RJ, inclusive com a falácia de aproveitamento dos Inspetores Penitenciários nos quadros da Polícia Civil, que à época causou grande divisão no seio da categoria.
Com a aprovação da EC 104/2019, cada unidade da federação teve que regulamentar sua Polícia Penal. No estado do Rio de Janeiro, o desenrolar do processo registrou muitos embates internos e, a PEC da Polícia Penal RJ articulada para ser aprovada em dois turnos, na mesma sessão, em dezembro de 2019, só aconteceu em outubro de 2020, com a aprovação do texto apresentado pelo Sindicato da categoria, sob o nº. de PEC 47/2020, que resultou na Emenda Constitucional Estadual nº. 77/2020. À época, o autor da PEC da Polícia Penal, na Alerj, deputado Max Lemos, parabenizou a classe pela luta e elogiou a condução do processo de discussão do texto, sob a articulação política do presidente Gutembergue de Oliveira.
O PAPEL DE CADA UM
Em sua mensagem à categoria de Policiais Penais, pelo primeiro aniversário de regulamentação da PPERJ, o presidente do SindSistema Penal RJ ressaltou que a Polícia Penal é uma Polícia nova, porém diferenciada.
“Ao longo de 30 anos conseguimos o nosso objetivo. Para um presente e um futuro mais promissor precisamos estar unidos, e conscientes do papel de cada um nessa luta. Para isso, precisamos valorizar a instituição de defesa de classe porque é aqui a nossa trincheira de luta. Jamais abriremos mão de defender o melhor para nós policiais penais. Mas, toda construção tem seu tempo e tudo virá a seu tempo”, destacou Gutembergue.
O PRÓXIMO PASSO É O PCCS!!!
Av. Treze de Maio, n°. 13 – sala 709 Cinelândia, Rio de Janeiro
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