Cerca de 12 mil suicídios são registrados todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Essa triste realidade tem, entre as principais doenças relacionadas, a depressão, seguida do transtorno bipolar e o abuso de substâncias. Em 96,8% dos casos há relação com transtornos mentais. Os índices crescentes de suicídios nas últimas décadas alertam sobre a importância de se abordar o assunto. Ainda há muito tabu acerca do suicídio, mas colocar o tema em pauta, buscar identificar sinais da ideação suicida, ajudar ou buscar ajuda é fundamental para evitar a perda de outras vidas.
O mês de setembro é dedicado à prevenção e conscientização contra o suicídio. O movimento de conscientização contra suicídio começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.
Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente nem a família, nem os amigos de Mike, perceberam os sinais de que ele pretendia tirar sua própria vida.
No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país. Diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas. A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscarem ajuda.
Em 2003, a Organização Mundial da Saúde(OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. O amarelo do Mustang de Mike é a cor escolhida para representar essa campanha.
Como forma de contribuir com a campanha de prevenção e conscientização contra o suicídio estaremos veiculando uma série de vídeos e textos sobre o tema. Desejamos que outras pessoas se juntem nessa ação, como um convite à vida.
Para iniciar essa experiência, te convidamos a conhecer um pouco sobre a história de vida e superação da Dra. Karina Okajima Fukumitsu, psicóloga, psicopedagoga, palestrante e psicoterapeuta especializada em Gestalt-terapia e na prevenção e posvenção dos processos autodestrutivos.
A dor de perder alguém por suicídio pode muitas vezes parecer distante da nossa realidade, principalmente pra quem nunca cogitou atentar contra a própria vida ou esteve perto de alguém que tivesse esse tipo de pensamento. No entanto, 17% dos brasileiros já pensaram em se matar, segundo uma pesquisa da Universidade de Campinas, a Unicamp. Por isso, a Fundação Americana de Prevenção ao Suicídio criou o Dia do Sobrevivente do Suicídio, lembrado no dia 17 de novembro. Wagner conversa sobre esse tema com a psicóloga Karina Fukumitsu, que já viveu de perto isso. Ela não só viu a mãe tentando tirar a vida por diversas vezes, como também foi uma tentante de suicídio.
Fonte: Jornalismo Novo Tempo
“Um ato de desespero. Porque a gente não pode julgar aquele que está em intenso sofrimento. Shneidman fala que o suicídio é psychache, isso significa dizer que é um sofrimento intenso psíquico. A pessoa não está em condições de discriminar, exatamente, o que ela vai causar no outro. É como se ela estivesse absorvida em tamanho sofrimento que ela só vislumbra que é uma forma, inclusive, dela aliviar este sofrimento”.
“(…) a pessoa que pensou na morte, ou que tentou e teve a morte consumada, obviamente ela não estava pensando em quem ficaria. Porque, se a gente entende que o suicídio é um ato definitivo para um problema temporário, a pessoa talvez não quisesse se matar por inteiro. Ela queria matar uma parte que fazia com que ela sofresse”.
“É possível ofertar acolhimento e esperança para as pessoas”.
“O suicídio não é visto como uma doença emocional”.
“Nada é por acaso. Aquilo que foi trazido para mim, como uma missão, eu preciso me apropriar disso. Eu preciso entender que essa é a minha história, e que até o final da minha vida eu fazê-la para dignificar a história da minha mãe. Não foi uma história fácil, nem para mim, nem para ela, mas eu não posso esquecer que eu sou mais do que aquilo que eu vivi. Eu sou a resposta do que eu ofereço para as minhas dores. Assim como o ser humano também é”.
Karina Okajima Fukumitsu
Av. Treze de Maio, n°. 13 – sala 709 Cinelândia, Rio de Janeiro
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