“Gambiarras da Seap” causam acidente em policial penal

 

Na quarta-feira (15), o policial penal Paulimercio Rodrigues teve aproximadamente 30% do corpo queimado, em acidente na Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Segundo informações recebidas pelo Sindicato, ao operar um quadro de distribuição e fornecimento de energia da Unidade Prisional, o policial penal teve o rosto e o tórax atingido pela explosão de um disjuntor que funcionava sem a devida manutenção.

 

Foi mais um episódio, entre outros que acontecem no Complexo Penitenciário de Gericinó, quando os próprios policiais penais têm que fazer intervenções nas unidades prisionais, sem ter conhecimentos técnicos para isso. Fato é que, a falta de manutenção periódica dos equipamentos, e consequente sucateamento, fazem do Sistema Penitenciário Fluminense um ambiente caótico e a rotina dos policiais penais um martírio.

 

Segundo entrevista da secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa Nebel, ao Informe do Jornal O Dia, no final do ano passado, foram aplicados mais de 19 milhões em compras do dia a dia, a exemplo de 4 mil cadeados, material de higiene e roupas de cama para presos, 540 computadores e equipamentos para a área técnica. Enquanto isso, os inspetores da Polícia Penal RJ seguem em péssimas condições de trabalho e equipamentos, como na ocorrência envolvendo o SOE – Serviço de Operações Especiais, da Seap, que teve uma das rodas da viatura desprendida, enquanto trafegava na Linha Vermelha, perto do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. O SOE faz o transporte de presos pelo estado, para audiências na Justiça e atendimentos médicos. A maioria dos veículos encontram-se sem manutenção e sucateados.

Fotos: Divulgação, 08/02/2023

FAZER GESTÃO x FAZER MÍDIA
Represar problemas não esconde o caos, gera desconfiança e desestimulo.
Servidores são colocados em condições sub-humanas e têm dias que nem Deus ajuda. As condições em que estamos submetidos há muito tempo, por conta da omissão dos governos, precisam de um olhar mais responsável dos governantes e mais sensível dos gestores. Mais humano, porque tratamento e ressocialização não podem ser um discurso retórico.
 

 

“Primeiro é preciso dar condições de trabalho aos policiais penais para que o Sistema  Penitenciário do Rio de Janeiro consiga manter o indivíduo condenado preso e, a partir daí, podemos falar de outras questões.  Embora a secretária Maria Rosa seja policial penal e saiba de todas as mazelas do Sistema Penitenciário, ela representa o Governo. Ela tem trabalhado com o que tem. Mas, sem ofensa, às vezes, pessoas têm se preocupado mais em fazer mídia do que fazer gestão. Com todo o respeito à crença de cada um, mas deixar de atender necessidades de Unidades Prisionais para reformar uma Capela, para produzir mídia com o governador, esposa do governador e o Cardeal Arcebispo Dom Orani Tempesta, não concordo. Precisamos de condições minimamente dignas de prisão e para o desenvolvimento da atividade profissional. A secretária sabe que temos demandas encaminhadas através da Secretaria Estadual de Infraestrutura com a EMOP, para fazer algumas reformas nos espaços de convivência e permanência do policial penal, como guaritas, alojamentos, refeitórios e inspetorias. No entanto, se mostrou insensível a essas necessidades”, pontuou o presidente do Sindicato dos Policiais Penais RJ, Gutembergue de Oliveira, numa crítica para reflexão.

 

 

Enquanto a Seap projeta planos para o futuro, o presente é caótico. A Secretaria segue sem valorizar seus servidores; sem desvincular a alimentação do policial penal, do contrato de alimentação do preso, que hora e outra estampam manchetes de corrupção, envolvendo agentes públicos que passam pela gestão dos recursos dos contratos milionários da Seap; sem solução para os Abonos de Permanência represados aos veteranos; com diferenciação no tratamento aos policiais penais ativos e veteranos em relação à GVP (Gratificação de Valorização Profissional); sem solução para o déficit de policiais penais e área técnica da Seap; sem Plano de Assistência Médica aos policiais penais que acabam tendo que contar, em casos pontuais, com ajuda emergencial, individual.

 

 

A perpetuação das mazelas da SEAP tem causado aposentadorias precoces, readaptação e afastamentos de servidores por problemas médicos, aumentando o déficit do quadro de pessoal. Paulimercio é mais uma vítima desse cenário. Ele segue internado no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, e segundo familiares encontra-se em situação estável. O Hospital é referência no Município do Rio como unidade de tratamento de pacientes queimados. Agradecemos a intervenção do Coordenador de Assistência à Saúde do policial penal, André Cáffaro, por viabilizar o apoio à família através da Doutora Paula Cáffaro (Clínica Médica) e da Doutora Anna Carla Cáffaro (Dermatologista), que se dispuseram fazer o acompanhamento e tratamento pós internação do policial penal Paulimercio Rodrigues.

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