Começar do início

 “Para a Lei 7883 ser cumprida ela precisa formar um Conselho, uma Comissão, que até o momento, desde 2018, não foi cumprida. Para que essa Comissão comece o planejamento, e a lei seja cumprida. Não adianta ter um aparato legal se a gente não tem, de fato, como cumpri-lo.

São pouquíssimos os trabalhos com relação aos inspetores de Polícia Penal no Brasil. Tanto que o Fórum Nacional de Segurança Pública não faz os dados de vitimização dos policiais penais. Nunca fez! O trabalho da FGV também não faz. A gente não tem uma cultura de que o agente penitenciário hoje é policial penal. Desde 2019 fomos reconhecidos na Constituição, mas essas duas importantes instituições não nos reconhecem. A gente continua nessa invisibilidade do sistema de dados.

No perfil epidemiológico, muitos servidores estão em adoecimento das doenças crônicas não contagiosas e falecendo muito cedo. Se aposentam com 60, 65 anos, e já estão falecendo de câncer. Tem a questão do risco que sofremos, na folga ou no serviço. Tem a questão da Covid-19, nós fomos obrigados a trabalhar com os sintomas.

Nós administramos pessoas que a sociedade, também, quer ignorar. Nós não podemos, também, ser ignorados. (…) O cenário da Polícia Penal sempre foi de escassez, inclusive de políticas públicas”.

Inspetora de Polícia Penal, da Assessoria Técnica de Cuidados Especiais e Qualidade de Vida do Servidor (SEAP/ASSCEQS), Ludmila Abrantes.